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Balaio de gato!


Embora poucos empreendedores e empresários saibam, o primeiro Princípio de Contabilidade que consta na Resolução do CFC(1) é o Princípio da Entidade. Esse princípio destaca a importância e necessidade da separação das contas da empresa com as do sócio. 


Em minhas atividades de Consultor, já pude observar empresas com faturamento considerável (24 milhões ano) ruírem por não respeitarem essa regra tão simples. Por fazerem da administração do negócio um “balaio de gato”, ficou impossível fazer uma gestão saudável o que levou a descontinuidade da empresa.


Na terminologia popular, balaio de gato quer dizer: “confusão, encrenca, situação difícil, embaraço ou desordem”(2).


Se formos analisar as opções apresentadas, veremos que todas se encaixam com o gestor que mistura as contas do negócio com as pessoais, e embora isso pareça burocracia de Contador, respeitar essa regra pode determinar o sucesso do negócio. Essa falta de separação tem muito a ver com a cultura (felizmente isso vem mudando), onde o empreendedor entende que: “tudo o que entra ou sai, é meu”!


Na Universidade, quando eu ministrava a disciplina de Ética Contábil, muitos alunos que já trabalhavam em escritórios de Contabilidade atribuíam que essa falta de separação era particularidade de micro e pequena empresa. Infelizmente essa não é uma característica exclusiva do pequeno empreendedor, conforme já exposto, tive a oportunidade de observar muitos “balaios de gato” em organizações com faturamento considerável.


Quando o empreendedor faz a separação e aloca cada valor em seu devido lugar (empresaXpessoal), as oportunidades de análises e tomada de decisão ficam melhores e garantem a continuidade do negócio. Por sua vez, a desordem não permite qualquer análise, o que leva o gestor a tomar decisões equivocadas que comprometem o negócio.


Geralmente em épocas de bonança essa ineficiência de controle e gestão, acaba sendo absorvida pelo mercado aquecido, que faz com que todos sobrevivam. Em épocas de recessão, essa falta de disciplina compromete tanto o próprio negócio, quanto outros envolvidos: fornecedores, clientes, funcionários e outros mais. O efeito dominó pode ser tão grande que fica até difícil de mensurar.


Para quem ainda não faz essa separação e não pretende aumentar as estatísticas de falência, compartilho algumas orientações simples, que podem mudar desde já a gestão do negócio:


  1. Determine um valor para ganho mensal que atenda suas necessidades básicas (não confunda ganho mensal com distribuição de lucro);

  2. Tudo o que for conta pessoal (sua ou da sua família) trate de forma separada, nunca fazendo a movimentação pela conta da empresa;

  3. Controle toda a movimentação do seu negócio, nem que seja em um caderno, para que consiga determinar os reias gastos e ganho do seu negócio (importante anotar tudo o que entra e o que sai);

  4. Apurando um resultado positivo (lucro), lembre-se que o seu negócio precisa de constante investimento para se destacar do concorrente, então deixe os prazeres momentâneos para quando houver estabilidade do negócio;

  5. Pense bem antes de trocar o carro pessoal, ou assumir gastos que podem esperar. Lembre-se: Investir na sua empresa é melhorar o seu rendimento no futuro. Talvez hoje você deixe de andar em um carro que sonhou, para amanhã voar em um “trem” que nunca imaginou.


Importante ressaltar que essa separação deve ser seguida por qualquer empreendedor: empresário, médico, dentista, terapeutas, consultoras de beleza, etc. Embora seja um pouco trabalhoso no começo, os benefícios logo aparecerão em forma de retorno e satisfação de estar fazendo a coisa certa.



Referencias

(1) Resolução do Conselho Federal de Contabilidade CFC 1282/2010 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/principiosfundamentais.htm





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Texto escrito e publicado em 17 de julho de 2016 por Marcos Naitzk para seu Blog. Devido a troca de site, a sua nova publicação é 25 de fevereiro de 2020.

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